quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Depois de 21 anos, cidadão de Santana do Cariri é reencontrado pela família hospitalizado em Goiânia

Há três meses, Cícero Eloia da Silva, de 42 anos, era apenas um homem sem nome, sem endereço e sem família, que perambulava pelas ruas da capital e acabou atropelado no Jardim América. Hoje, ele volta à Santana do Cariri (CE), e reencontra o pai e os irmãos que deixou para trás há 21 anos - 15 deles, sem qualquer tipo de comunicação - quando foi tentar a vida em São Paulo.
"Durante os seis primeiros anos, ele mantinha contato com os familiares e até mandava parte do dinheiro que ganhava, como servente de pedreiro e, depois, como porteiro”, conta o secretário de Assistência Social de Santana do Cariri, Pedro Salviano Ferreira, que, ontem, trazia Cícero de volta para a terra natal, sob grande expectativa da cidade de 17 mil habitantes.
Pedro viajou, de carro – um Fiat Uno, de sua propriedade –, acompanhado de um motorista, cerca de 2 mil quilômetros para buscar o conterrâneo. Vivendo em situação de rua, Cícero foi atropelado no dia 17 de julho e, com uma fratura no fêmur, acabou encaminhado ao Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo), onde ficou internado até ontem.
Na Enfermaria do Hugo, onde Cícero foi acomodado, outros dois pacientes que o ladeavam e com ele conviviam durante todo o tempo, auxiliaram as equipes a descobrir detalhes que pudessem ajudar na busca pelas origens do cearense. Por meio de pesquisas na internet, o Serviço Social do hospital chegou às cidades de Santana do Acaraú e Santana do Cariri e, enfim, fez contatos com as prefeituras sobre o paciente.
“Com a realização de exame de datiloscopia – processo de identificação humana pelas impressões digitais –, conseguimos chegar aos nomes dos genitores do paciente e a prefeitura de Santana do Cariri encontrou sua família”, diz Elisa Baiocchi.
Segundo o vereador e secretário de Assistência Social do município cearense, Pedro Salviano Ferreira, todos imaginavam que Cícero estivesse morto. Simples, a família vive da agricultura; o pai – José Eloia da Silva, analfabeto, de 71 anos, completados ontem, viúvo há nove anos – e três irmãos.
(colaborou Amaury Alencar).

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