domingo, 21 de fevereiro de 2016

Faltam recursos para Estação Ecológica de Auiaba

Instituída no ano de 1978, quando foi declarada de utilidade pública pelo Decreto 81.218, de 16 de janeiro de 1978, tendo sido criada pelo Decreto de 6 de fevereiro de 2001, com uma área de 11.525,3 hectares de mata nativa do Bioma Caatinga do Nordeste Brasileiro, a Estação Ecológica de Aiuaba –ESEC, no Sertão dos Inhamuns, poderá parar as atividades devido o descaso do Governo Federal, que não está destinando recursos para a manutenção deste importante órgão ambiental.
A Estação possui boa infraestrutura, com sede contendo 03 casas funcionais, 04 alojamentos, cozinha, refeitório, auditório, escritórios, biblioteca, laboratório, banheiros e garagem. Dispõe ainda de duas bases de apoio, nos sítios Gameleira e cajueiro. Porém, a falta de recursos tem impossibilitado o desenvolvimento das atividades.
De acordo com o técnico administrativo da ESEC, e responsável pela mesma, Honório Miguel Arraes, a situação é crítica. Ele enfatiza que a instituição está passando por diversos problemas, sendo o principal a ausência de repasses do Governo Federal. Honório afirma que assumiu a responsabilidade pela Estação há três anos, e que nesse período não foi destinado nenhum valor oriundo do Governo Federal para manutenção e funcionamento do órgão ambiental, além de um pequeno recurso, através do Instituto Chico Mendes da Biodiversidade, destinado exclusivamente para o abastecimento dos carros, e mesmo assim, a cota é muito reduzida, insuficiente para realizar o trabalho de fiscalização constante em todo o entorno da Estação. “Antes mandavam R$ 500,00 (quinhentos reais), hoje está vindo apenas R$ 200,00 (duzentos reais). E isso é tudo que estamos recebendo do Governo para o combustível, e mais nada. É uma situação que considero aberrante, se considerarmos o tamanho da área que temos que percorrer pra realizar uma fiscalização eficaz, os veículos que temos e o preço dos combustíveis”, disse, complementando que falta recursos até mesmo para a compra de material de limpeza e para mandar lavar roupas de cama, mesa e banho, despesa que tem custeado do próprio bolso, lembrando que a ESEC recebe constantemente visitantes e pesquisadores que ocupam os alojamentos e merecem usufruir do mínimo de conforto.
A pouca quantidade de funcionários também inibe o trabalho da Estação Ecológica. Para fiscalizar toda a área de mais de onze mil hectares da mesma, só há dois funcionários do Instituto Chico Mendes- ICMBio, explica Honório, identificando ele mesmo e outro colega auxiliar. “A destruição da fauna e da flora dentro da ESEC tem sido constante. Isso nos entristece, porque estamos lutando, colocando recursos do próprio bolso para fazer o mínimo possível. A Caatinga para nós é vida, é a alma do nosso sertão. E a gente vê nas grandes mídias o Governo discursar sobre a importância do meio ambiente, e na prática a realidade é diferente. O que temos visto? Desastres ambientais de grande proporção e impacto na vida futura, e descasos como este que estamos vivendo aqui em Aiuaba. Ou será que o sertão não é também Brasil?” desabafa Honório ( Amaury Alencar)
(Colaborou Amaury Alencar)

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