sexta-feira, 25 de março de 2016

Partidos políticos pensam em "acordão" para entregar Dilma e encerrar Lava Jato

No afã de convencer a população de que a Operação Lava Jato é imparcial, vazou na quarta-feira (23) uma lista com mais de 200 políticos que teriam recebido dinheiro da empreiteira Odebrecht. Com parlamentares de todos os partidos na mira, espera-se um “acordão” para acelerar o impedimento presidencial e livrar o restante da punição.
A avaliação já ronda os corredores do Congresso. Para alguns políticos, a Lava Jato teria chegado a um ponto sem volta. Seria o começo do fim da operação por escancarar o envolvimento de muitos partidos em esquemas de corrupção.
A tática é que todos os atingidos se unam ou para desacreditar as investigações, o que passaria pouca credibilidade aos citados, ou apressar o rito do impeachment. Muitos avaliam que entregar a presidenta Dilma Rousseff será suficiente para satisfazer parte da sociedade e, assim, tirar a Lava Jato do noticiário.
Presidente do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) e doutor em sociologia pela Universidade de Heidelberg (Alemanha), Jessé de Souza aposta no acordão. “Sim, pode haver um grande acordo na esfera política. A extrema direita é antipolítica em geral e pode se valer de um acordo sob a justificativa de evitar interferência jurídica nos Poderes.”
Para o especialista, “se tentar pegar todos os políticos, a Lava Jato não vai conseguir porque todo o sistema vai montar um acordão”.

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