quarta-feira, 16 de novembro de 2016

Tenente da PM é condenado a 13 anos por morte de delegado

O tenente Georges Aubert dos Santos Freitas, acusado de matar o delegado da Polícia Civil Jorge Ferreira Mendes, foi condenado a 13 anos de prisão em regime fechado pelo Conselho de Sentença do 2º Tribunal do Júri de Fortaleza, na segunda-feira, 14. O outro PM acusado pelo crime, sargento Antônio Wanderlon de Sousa, foi absolvido, conforme o Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE).
Georges foi sentenciado também a perda do cargo pela acusação de homicídio duplamente qualificado (meio cruel e emboscada), mas a defesa dele vai recorrer. O tenente aguarda em liberdade o recurso, que pode ser feito em um prazo de até cinco dias.
O irmão da vítima e delegado aposentado, Antônio Ferreira Mendes, 63, acredita que a decisão foi justa porque houve reconhecimento de que o tenente foi o causador da morte. "Recorrer é um direito da defesa, mas a maior vitória, e eu trabalhei como assistente da acusação por isso, foi o juiz decretar a perda do cargo para evitar que ele pratique outros crimes", disse ao O POVO Online.
Jorge também esteve a frente de outras delegacias do interior do Ceará, como Cedro. "Abalou muito a família e a cidade inteira, ele era muito querido. Até hoje essa morte não foi superada", frisa Antônio.
Georges Aubert entrou na PM em 2000 e agora está lotado como 2º tenente na 1ª Cia. do 2º Batalhão de PM (Juazeiro do Norte). A PM informou que, atualmente, ele está de licença para um tratamento de saúde.
O POVO Online não conseguiu contato com os advogados de defesa do tenente e dos outros policiais indiciados na época do crime.
Crime
Jorge Ferreira, na época com 55 anos, foi morto durante uma discussão em festa de forró, na madrugada do dia 4 de julho de 2004, em Jaguaribe. O crime ocorreu em um parque de vaquejada localizado na BR-116, segundo informações da Polícia Civil.
Jorge estava de folga e foi atingido numa troca de tiros com o tenente Georges Aubert, que estava de serviço e também foi baleado. Houve tumulto e correria. O delegado levou três tiros, e mais duas pessoas que estavam à mesa do delegado ficaram feridas.
A denúncia do Ministério Público do Ceará (MP/CE) diz que o acusado ofendeu a vítima, que disparou em direção ao militar. Após a troca de tiros, o delegado foi  algemado para o hospital na traseira da viatura da PM dirigida por um PM.
O veículo teria sido conduzido vagarosamente até o hospital de Jaguaribe e, na emergência, os policiais ainda teriam demorado 20 minutos para abrir as algemas.
Relação
Em 23 de julho de 2004, O POVO publicou matéria sobre a relação conflituosa entre o tenente Georges Aubert e o delegado Jorge Ferreira. O motivo das desavenças teria sido a prisão de um amigo do delegado efetuada pelo tenente.
O delegado havia denunciado que o amigo foi "ilegalmente preso, espancado, pisoteado e torturado". Já o tenente contestou na época, afirmando que a prisão havia sido realizada em uma confusão ocasionada por uma "bebedeira".
(O Povo)

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