domingo, 18 de junho de 2017

Dança das cadeiras na Assembleia - Dr. Santana pode ficar com a vaga de Leonardo Araújo

Dr.Santana

Há um movimento atualmente acontecendo no âmbito da Justiça com potencial de alterar drasticamente a correlação de forças na Assembleia Legislativa. O centro da polêmica está o deputado Leonardo Araújo, do PMDB. Uma decisão do STF tem potencial para tirá-lo até da condição de deputado efetivo, mandando-o de volta à suplência. Trata-se da disputa jurídica em torno da legitimação da candidatura de Francisco Rocha, o Rochinha, a uma vaga na Assembleia. O Supremo determinou que seus votos sejam contados, o que, de início, poderia efetivar Professor Teodoro e tirar o mandato de Audic Mota. A morte do ex-reitor da Universidade Vale do Acaraú (UVA), em 2016, mudou tudo e, agora, a publicação da sentença, quando acontecer, fará outras vítimas.
O peemedebista será a principal delas, perdendo a cadeira, mas, por exemplo, a própria briga entre governo e oposição será um pouco mais apimentada pela nova situação. Explica-se: a nova configuração, sem Leonardo Araújo, daria uma cadeira a mais ao PT do governador Camilo Santana, efetivando Manuel Santana, ao mesmo tempo em que tira uma vaga, exatamente, do PMDB de Eunício Oliveira, derrotado na disputa pelo governo em 2014 e o principal líder oposicionista.
Uma mudança que pode fazer toda a diferença porque o número de 5 deputados é, regimentalmente, o mínimo necessário para formação de um bloco, com todos os ganhos políticos que isso representa. A bancada petista, que hoje tem 4 parlamentares, ganharia novo status e mais força dentro do Legislativo, com direito a requisitar mais posições e, até, de exigir nova distribuição nas comissões técnicas. Exatamente o inverso do que aconteceria com a ala peemedebista, que, com um deputado a menos, perderia parte de sua força de movimentação no parlamento.
Leonardo Araújo tenta retardar a efetivação da mudança através de Recurso Extraordinário com embargos de declaração que está nas mãos do ministro Ricardo Lewandowski. Enquanto espera uma decisão final, certamente enfrenta noites de insônia política.
(Gualter George - O Povo)

Últimas notícias